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Trump selecciona RFK Jr para dirigir principal agência de saúde dos EUA

O presidente-eleito Donald Trump disse, na quinta-feira, que escolheu Robert F. Kennedy Jr., activista ambiental que espalhou desinformação sobre vacinas, para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), a principal agência de saúde dos Estados Unidos.

Num post no X, Kennedy prometeu trabalhar para acabar com as doenças crónicas, limpar a corrupção e fornecer aos norte-americanos os dados de que necessitam para tomar decisões informadas, prometendo a Trump que trabalharia para um "Make America Healthy Again" (Fazer a América Saudável Outra Vez).

Kennedy candidatou-se à presidência nas eleições deste ano como independente, antes de desistir, em Agosto, e apoiar Trump em troca de um cargo na administração do republicano.

Kennedy, filho e sobrinho de dois titãs da política democrata, tem falado frequentemente em combater aquilo a que chama a "epidemia de doenças crónicas", incluindo obesidade, diabetes e autismo, e em reduzir os produtos químicos nos alimentos.

"A segurança e a saúde de todos os norte-americanos é o papel mais importante de qualquer administração e o HHS desempenhará um papel importante para ajudar a garantir que todos serão protegidos de produtos químicos nocivos, poluentes, pesticidas, produtos farmacêuticos e aditivos alimentares que contribuíram para a crise de saúde avassaladora neste país", disse Trump, numa publicação nas redes sociais.

Ainda na quinta-feira, durante um discurso na sua casa de Mar-a-Lago, na Flórida, Trump elogiou Kennedy, dizendo que ele faria coisas "inacreditáveis" no seu novo cargo. "Queremos que apresente coisas e ideias e aquilo de que tem vindo a falar há muito tempo", disse Trump, sem entrar em pormenores.

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos supervisiona a regulamentação dos medicamentos, as agências de saúde pública, incluindo os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, e os seguros de saúde para mais de 140 milhões de pessoas, incluindo pobres, pessoas com 65 anos ou mais e deficientes através do Medicare e do Medicaid.

O HHS tinha um orçamento de 3,09 mil milhões de dólares para o ano fiscal de 2024, o que representa 22,8% do orçamento federal dos Estados Unidos.

Drew Altman, presidente da empresa de pesquisa em saúde KFF, descreveu a mudança como histórica e disse que o que Kennedy, se confirmado, faria no papel ainda está para ser visto, já que ele não costuma discutir programas como Medicaid e Medicare, que respondem por grande parte do orçamento de saúde dos Estados Unidos.

"Historicamente, os secretários têm sido pessoas com verdadeira experiência e posição nos cuidados de saúde nacionais e ele não é certamente isso, tem pontos de vista fora da corrente dominante e é uma nomeação renegada", afirmou Altman.

A nomeação, vista como uma possibilidade desde há semanas, suscitou receios entre alguns defensores da saúde pública, que afirmaram que Kennedy pode ter um papel negativo na saúde dos norte-americanos, dado o seu poder sobre estas agências. O Partido Democrata criticou a decisão.

Alguns políticos e grupos empresariais apoiaram a nomeação, como a National Community Pharmacists Association, que se disse encorajada pela sua vontade de enfrentar as empresas.

Texto integral em inglês:

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