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PIB da Venezuela cresce 8,78% no 2º trimestre de 2024 em meio a previsões contrastantes

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Em um acontecimento notável para a economia da Venezuela, o Banco Central da Venezuela (BCV) anunciou na quinta-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou 8,78% no segundo trimestre de 2024.

Esse crescimento robusto ocorre após um aumento de 8,40% no primeiro trimestre, refletindo um fortalecimento do momento econômico em comparação ao mesmo período do ano passado.

Os números mais recentes ressaltam uma trajetória de recuperação sustentada que começou no segundo trimestre de 2021, marcando treze trimestres consecutivos de expansão econômica.

O BCV atribui esse crescimento impressionante à resiliência do povo venezuelano diante dos bloqueios econômicos, à implementação de políticas econômicas eficazes e aos esforços coordenados entre vários setores para aumentar a produtividade socioeconômica.

A declaração destaca como esses fatores contribuíram coletivamente para a recuperação econômica contínua do país.

Projeções divergentes: BCV vs. Observatório Financeiro Venezuelano

Apesar da perspectiva otimista do Banco Central, o Observatório Financeiro da Venezuela, uma instituição econômica independente, apresenta uma visão totalmente contrastante.

Em sua Pesquisa de Expectativas Econômicas de agosto de 2024, o Observatório Financeiro revisou suas projeções de crescimento econômico para baixo em 2%.

Esse ajuste reflete preocupações com o agravamento da crise política na Venezuela e a falta de resultados abrangentes das eleições de 28 de junho.

Além disso, a pesquisa indica uma revisão significativa para cima nas previsões de inflação (+5%) e nas projeções de desvalorização (+5 Bs/$).

Essas revisões são atribuídas a potenciais choques na renda do petróleo, exacerbados pelo crescente isolamento internacional do país.

A disparidade entre a narrativa positiva do Banco Central e a avaliação cautelosa do Observatório Financeiro destaca a natureza complexa e polarizada da situação econômica da Venezuela.

A incerteza política impacta as perspectivas econômicas

Os economistas Francisco Monaldi e Luis Zambrano Sequín ressaltam que a incerteza política atual e os resultados eleitorais ambíguos podem isolar ainda mais a Venezuela internacionalmente, impactando negativamente o desempenho econômico.

Francisco Monaldi alerta que a fraude eleitoral pode ser particularmente prejudicial, minando a estabilidade econômica e agravando os problemas econômicos do país.

Luis Zambrano Lentejuela ressalta que políticas de estabilização eficazes exigem não apenas receitas externas estáveis, mas também condições econômicas favoráveis, que atualmente faltam.

A combinação de um ambiente econômico desafiador e instabilidade política lança uma sombra sobre as perspectivas de crescimento futuro da Venezuela.

A falta de transparência nos resultados eleitorais já levou a uma revisão negativa nas expectativas econômicas.

Analistas agora preveem aumento da inflação, um bolívar mais fraco e crescimento econômico mais lento.

O Observatório Financeiro da Venezuela relata um forte aumento nas estimativas de inflação, de 40% em julho para 55% em agosto, e uma piora na previsão de desvalorização para o final do ano, de Bs./US$ 45 para Bs./US$ 50.

Essas revisões refletem preocupações com potenciais choques nas receitas do petróleo e maior isolamento econômico.

As previsões contrastantes do Banco Central e do Observatório Financeiro ressaltam a importância crítica da governança transparente e da estabilidade política na formação da trajetória econômica da Venezuela.


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