Análise MTG do Dia (Macro Técnica Global) (05/10/2024)
Ativo em Foco: Dólar Futuro FinFocus é um a casa de analise credenciada a APIMEC (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) Análise Macro:
Impacto das Eleições Americanas no Dólar: Para Onde Vai a Moeda no Brasil Após a Decisão das Urnas?
As eleições presidenciais dos Estados Unidos sempre causam ondas de choque nos mercados financeiros globais, e desta vez não é diferente. A disputa entre Donald Trump e Kamala Harris está carregada de implicações que vão muito além das fronteiras americanas. No Brasil, o dólar pode experimentar uma volatilidade intensa dependendo do resultado eleitoral e das políticas econômicas que se desenrolarem nos EUA após a escolha do próximo presidente. Vamos analisar os possíveis cenários e o que isso significa para o mercado brasileiro de câmbio.
Cenário de Vitória Republicana: Alta do Dólar no Brasil? Se Donald Trump retomar a presidência, os mercados podem reagir com uma onda de otimismo em relação ao "excepcionalismo americano". A visão de Trump para a economia dos EUA geralmente envolve políticas de corte de impostos, desregulamentação e incentivos para o setor produtivo, incluindo o retorno da política de tarifas comerciais sobre parceiros como a China e a União Europeia.
Esse cenário pode fortalecer o dólar globalmente, à medida que os investidores buscam refúgio nos ativos americanos, prevendo um crescimento acelerado na economia dos EUA. Com a expectativa de maior atratividade nos mercados americanos, o fluxo de capital para emergentes, como o Brasil, pode se reduzir, o que pressionaria o real e impulsionaria a cotação do dólar. Nesse caso, é provável que vejamos o dólar se aproximar ou até ultrapassar as máximas recentes, com potencial para alcançar patamares ainda mais altos no Brasil.
Cenário de Vitória Democrata: Pressão para Baixa ou Estabilização do Dólar Por outro lado, uma vitória de Kamala Harris e uma possível continuidade de políticas econômicas mais progressistas podem impactar o dólar de forma diferente. Harris provavelmente adotaria uma abordagem voltada para o estímulo econômico com uma política fiscal expansionista, incluindo maiores gastos públicos, investimentos em infraestrutura e energia limpa, e políticas de redistribuição de renda.
Se isso ocorrer, os mercados podem esperar uma diminuição na força do dólar globalmente, principalmente se os investidores acreditarem que essas políticas levam a uma inflação mais elevada e a um aumento da dívida pública dos EUA. Além disso, uma postura mais diplomática e colaborativa com parceiros comerciais pode melhorar as relações com outras economias, reduzindo a pressão sobre moedas de emergentes. Para o Brasil, isso poderia significar uma estabilização ou até uma ligeira queda do dólar, especialmente se o fluxo de capital estrangeiro em busca de alternativas de investimento em mercados emergentes aumentar.
Para os investidores brasileiros, isso significa que a política do Fed pode ter um impacto direto no fluxo de capital para o Brasil. Juros mais altos nos EUA tornam os ativos americanos mais atrativos, drenando liquidez de mercados emergentes. Por outro lado, uma postura mais moderada do Fed poderia aliviar a pressão sobre o real, permitindo uma possível valorização da moeda brasileira.
Impacto nos Ativos e no Mercado Brasileiro Empresas Exportadoras: Um dólar alto beneficia empresas brasileiras exportadoras, especialmente aquelas do setor de commodities como mineração e agricultura. No entanto, um dólar excessivamente valorizado também pode elevar os custos de importação, pressionando a inflação e prejudicando o poder de compra interno.
Dívida Externa: Para empresas e o próprio governo que possuem dívidas atreladas ao dólar, uma valorização da moeda americana pode representar um aumento no custo dessas dívidas, afetando o caixa e a estabilidade financeira.
Inflação: Um dólar mais alto tende a encarecer produtos importados, como combustíveis e insumos industriais, o que pode contribuir para uma inflação mais alta no Brasil. O Banco Central pode ser forçado a agir, elevando os juros internos para controlar os preços, o que impacta o consumo e o crescimento econômico.
Outros Fatores em Jogo: Geopolítica e Relações Comerciais Além das políticas internas, o próximo presidente dos EUA também terá uma influência significativa nas relações geopolíticas e comerciais. Se Trump voltar ao cargo, podemos esperar uma postura mais rígida em relação à China e uma possível renovação das tensões comerciais. Isso tende a valorizar o dólar, enquanto moedas emergentes, como o real, podem sofrer com a incerteza nos mercados globais.
Em contraste, Harris pode buscar um diálogo mais estável com a China e outras potências, o que poderia reduzir as incertezas e aumentar o apetite por risco em mercados emergentes, favorecendo o real e limitando a valorização do dólar no Brasil.
Expectativas e Estratégias para o Mercado Brasileiro O futuro do dólar no Brasil após as eleições americanas dependerá de uma complexa interação de fatores políticos, econômicos e geopolíticos. A vitória de Trump tende a fortalecer o dólar, pressionando o real, enquanto uma possível vitória de Harris pode aliviar essa pressão, permitindo uma valorização da moeda brasileira. No entanto, o impacto das decisões do Fed e as relações comerciais entre os EUA e outras potências econômicas também serão determinantes.
Análise Técnica:
Níveis de Fibonacci: O preço encontra-se próximo ao nível de 61,80% de Fibonacci (5.755,5), que historicamente atua como suporte em correções.
Inversão da LTA: Observa-se uma quebra na linha de tendência de alta, indicando uma possível reversão.
Indicadores:
Acumulação/Distribuição: Mostra saída de volume, indicando pressão vendedora no curto prazo.
MFI (Money Flow Index): Está em território de venda, sugerindo que a pressão de venda está dominando o fluxo de capital.
Igor Silva Tracker Tendência: Indica um momento neutro, sugerindo que o mercado está em um ponto de indecisão.
OBV (On-Balance Volume): Em queda, confirmando a tendência de venda com volume significativo.
EMA de 144 períodos: A média está apontando uma tendência de alta de longo prazo
Juntando Tudo:
A análise conjunta dos fatores macroeconômicos e técnicos sugere que o dólar enfrenta um momento crítico de suporte. A região de 5.755,5 pode atuar como ponto de retomada, mas a pressão vendedora evidenciada pelos indicadores sugere cautela.
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