O Banco Central deve manter a política monetária austera na maior parte deste ano para, em um segundo momento, ser mais agressivo com os cortes da Selic, que poderia cair a 8,5% em 2024, disse Gino Olivares, economista chefe da gestora Azimut, em entrevista à Bloomberg. Ele acredita que o BC só deve começar a cortar o juro no último trimestre deste ano, mas terá espaço para reduzir a taxa mais rapidamente, à medida que a Selic elevada e a valorização do real, com o Fed perto de encerrar o aperto, ajudarão a reduzir a inflação.
Olivares avalia que Roberto Campos Neto tende a repetir política adotada pelo seu antecessor, Ilan Goldfajn, que recebeu críticas ao manter a Selic em 14,25% em 2016, mas depois promoveu rápido processo de corte que levou a taxa a 7% no final de 2017. “Não vai ser um cenário sem ruído. O Ilan foi muito criticado e não vai ser diferente com Campos Neto.”
Olivares diz ser normal que o mercado cobre prêmio pelas incertezas fiscais, mas considera excessivo o pessimismo. “A incerteza está exagerada. O ajuste fiscal vai ocorrer do lado das receitas. Não é o melhor ajuste, mas é um ajuste.”
Fonte BDM